Sociedad · 04 Janeiro 2018

Envelhecimento: Desafios de uma nova realidade

Por cenie
Envejecimiento: Retos y desafíos de una nueva realidad - Sociedad, Investigación

O envelhecimento da população traz consequências económicas importantes e coloca a dimensão social e humana de uma sociedade envelhecida diante de sérios desafios. É por isso que, um dos maiores desafios da comunidade científica dedicada ao estudo do envelhecimento, é garantir que o envelhecimento e os seus impactos sejam incluídos na agenda prioritária das políticas públicas com linhas de intervenção específicas.

Encontrar formas de responder às demandas dos idosos, ampliar a oferta das instituições que podem oferecer maiores e melhores cuidados à população, envolvendo a família e a sociedade, oferecer cuidadores, cuidados domiciliários e cuidados de longa duração, são apenas alguns das ideias sugeridas por alguns dos especialistas neste campo.

Para o presidente do Centro Internacional de Longevidade do Brasil (ILC), o geriatra Alexandre Kalache, o aumento da esperança de vida da população e, consequentemente, o aumento da população considerada "idosa" traz desafios importantes para a sociedade. "A esperança de vida não aumenta apenas ao nascer, as pessoas que atingem os 60 anos também continuam a viver mais e mais e isso requer políticas públicas adequadas".

Hoje, para a comunidade científica, a definição de que o idoso é uma pessoa de 60 anos ou mais, é obsoleta. De acordo com a demanda, é preciso mudar essa classificação, porque não importa se a pessoa tem 60 anos ou mais, o importante é que esta se encontra numa etapa vital que durará muitos anos e em condições físicas e mentais que lhe permitem assumir papéis e atividades praticamente iguais a outras faixas etárias.

Mas de acordo com esses mesmos especialistas, para manter os direitos sociais dos idosos, seria necessário expandir os meios e o investimento público, repensar o sistema social atual com uma demografia muito diferente.

Para a comunidade especializada no estudo do envelhecimento, é necessário promover a investigação e promover a inovação e a medicina, a fim de encontrar respostas efetivas. "Temos a oportunidade de um 50% de desenvolver esse tipo de medicina nos próximos 20 anos, mas sem financiamento, levará mais de 100 anos", explicou Aubrey de Grey em novembro passado, em Salamanca.

Estilos de vida saudáveis

Existem evidências de que levar um estilo de vida pouco  saudável tem sérias consequências a longo prazo. Estas incluem diabetes, osteoporose, doenças cardíacas, etc. Tudo isso pode ser adiado e atenuado com  bons hábitos alimentares, exercício e acompanhamento médico.

"Cuide-se, coma bem e faça exercício", é a fórmula dada pelo renomado bioquímico espanhol, Juan Carlos Izpisúa Belmonte, para envelhecer melhor. É talvez por esta razão que tantas campanhas são lançadas todos os anos com a finalidade de promover ações entre os mais jovens e incentivar o envelhecimento ativo, bem como iniciativas que lutam pelos estilos de vida saudáveis.

Políticas de saúde

Por sua vez, muitos profissionais de saúde pedem políticas que devem concentrar-se na demanda cada vez maior de infraestruturas para idosos. De acordo com este setor, a falta de especialização em geriatria nos hospitais é um sinal claro de que o "problema" do envelhecimento não está a ser tratado como deveria.

Consciência e ações

No entanto, a comunidade científica adverte que não devemos centrar-nos apenas nos campos académico e de elite.Todos devemos desenvolver novas formas de pensar e novas prioridades. A opinião de várias instituições de investigação é que também é necessário envolver-se a nível social, já que o envelhecimento é algo que afeta a todos. "Mais e mais jovens são conscientes do problema do envelhecimento, mas confiam demasiado em que os outros o resolvem antes de que lhes alcance", disse o Dr. de Grey.

A comunidade defende um programa especialmente concebido para aumentar a conscientização sobre os desafios do envelhecimento, ajudando assim a conceber soluções individuais e familiares adequadas, bem como a formular políticas públicas.

Os próximos 10 anos serão fundamentais para o processo de envelhecimento populacional. Mais do que uma ameaça, o envelhecimento deve ser visto como uma oportunidade para todos e não aproveitá-la seria um erro.

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