Pensa na tua vida: não houve sempre uma ou duas canções que te falaram em cada momento da tua vida? Essa sensação não desaparece com a idade. Na realidade, aumenta. A música transcende a língua e a cultura, comunicando emoções e ligando-nos de uma forma que as palavras não podem. Pode ser uma surpresa para muitos saber que tanto tocar como ouvir música tem demonstrado afetar positivamente a qualidade de vida das pessoas mais velhas.
Em termos simples: a música é um "remédio" poderoso. Tem o poder de reduzir o stress, melhorar os sintomas de depressão e aumentar a produtividade, entre outros, e em última análise melhorar a qualidade de vida de uma pessoa.
Numerosos estudos têm demonstrado que a música é um eficaz analgésico, e que pode funcionar por si só ou em conjunto com outras formas de terapia. Além da gestão da dor crónica, a musicoterapia tem sido associada à redução do uso de analgésicos e à melhoria da qualidade de vida. A música parece interromper o ciclo de feedback da dor no cérebro, alterando a perceção da dor física de uma pessoa.
A musicoterapia é frequentemente utilizada para ajudar os idosos com demência e doença de Alzheimer, mas também é útil para ajudar as vítimas de AVC a recuperar mais cedo.
Muitos estudos descobriram que as pessoas que ouviam a sua música favorita enquanto se recuperavam de um AVC eram capazes de recuperar a sua capacidade de comunicar e reconhecer palavras mais rapidamente do que as pessoas que ouviam audiolivros ou nada. Também se descobriu que a música reduz a confusão e a depressão entre as vítimas de AVC.
Como a música influencia a qualidade de vida dos idosos e como aplicá-la aos cuidados com idosos
Para pessoas com demência, a música pode ser tocada enquanto a pessoa caminha para melhorar a caminhada ou como música de fundo para melhorar o humor.
Tenta dar ao teu ente querido um leitor de mP3 ou outro dispositivo com auscultadores para que ele possa ouvir a sua música favorita na hora de dormir ou sempre que quiser.
Ouvir música de ritmo rápido durante as caminhadas para estimular o coração e o cérebro.
À medida que a população dos países desenvolvidos envelhece, o número de casos de demência está a aumentar. Como uma forma de ajudar a cuidar e apoiar pessoas com demência, a música tem demonstrado muitas vezes ter um efeito dramático.
Quer seja pop dos anos 60 ou 80, árias de ópera ou músicas de espetáculo, a música pode acalmar, estimular e trazer à mente memórias há muito esquecidas.
A demência está a tornar-se rapidamente o desafio sanitário e social do século XXI. O número de doentes irá disparar devido ao aumento da população idosa. O poder da música, especialmente do canto, para desbloquear memórias e dar o pontapé de saída à matéria cinzenta é um elemento cada vez mais importante no tratamento da demência. Parece atingir partes do cérebro danificado de uma forma que outras formas de comunicação não conseguem.
Sabemos que o sistema auditivo do cérebro é o primeiro a funcionar plenamente às 16 semanas, o que significa que está musicalmente receptivo muito antes de qualquer outra coisa. Portanto, é um caso de "primeiro a entrar, último a sair" quando se trata de uma quebra de memória do tipo demência.
O poder curativo da música
Um estudo recente de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Miami descobriu que a musicoterapia aumenta os níveis de secreção de substâncias químicas cerebrais de boa sensação, tais como melatonina, serotonina, norepinefrina, epinefrina e prolactina em pacientes com Alzheimer. Os resultados são múltiplos: a música pode melhorar o humor, reduzir o stress e a agitação, promover interações positivas, coordenar a função motora e até facilitar a cognição. Como? Mesmo à medida que a doença progride e a função cognitiva diminui, o cérebro humano continua a responder naturalmente à música. E os benefícios continuam muito depois de a música deixar de tocar.
A música como ferramenta
A música também pode ser utilizada para promover uma determinada mentalidade ou disposição. Por exemplo, música "rápida" pode encorajar o movimento, enquanto canções "lentas" podem ter um efeito sedativo. Em associação com atividades diárias, música de fundo apropriada pode orientar comportamentos e respostas.
A música não familiar pode também desempenhar um papel fundamental na terapia musical. Novas canções podem ser utilizadas para desenvolver respostas benéficas, tais como uma melhor gestão do sono e do stress. A música também pode ser utilizada durante sessões de exercício e fisioterapia para ajudar a promover o equilíbrio e a concentração.
Quando indivíduos com demência avançada se sentem frustrados ou sobrecarregados com a incapacidade de comunicar e/ou estímulos ambientais, a música continua a ser uma ferramenta valiosa. A música suave pode ajudar a acalmar a agitação e redirecionar comportamentos negativos para uma atividade positiva.
A música pode ajudar uma pessoa de muitas maneiras. Desde tocar um instrumento até ouvir melodias ou mesmo participar em música, tudo isto tem benefícios para a saúde de todos.
Aprender a planear um instrumento aumenta a atividade cerebral, proporciona uma aprendizagem nova e inovadora e pode ser usado como uma forma de terapia. Já tocas um instrumento? Tenta aprender novas canções e desafie-te a ti próprio.
A música é muito poderosa e pode despertar memórias e sentimentos. Tocar e ouvir música também pode melhorar o humor e até ajudar a gerir o stress. Tocar um instrumento ajuda uma pessoa a coordenar os movimentos motores e promove as funções cognitivas. Tocar música também pode ajudar a associar memórias e emoções.
Podes cantar, dançar, tocar música, ou simplesmente ouvir música para obter os benefícios da música. É uma grande ferramenta e é também uma forma de manter o cérebro e o corpo ativos.