Francelina, residente de longa data no Bairro do Matadouro, já perdeu a conta às vezes que subiu e desceu a escadaria que vai dar à sua casa. Lembra-se de o fazer descalça, num caminho de terra batida que, com os anos, foi sendo melhorado. Gosta de parar para conversar com as pessoas que ali encontra. É analfabeta, mas sempre gostou de se informar. Não lê noticias, mas ouve os sons e vê as imagens a passar. Nunca gostou de fotos, nem se vê ao espelho. Explicou porquê: sente-se velha por fora, mas nova por dentro.