· 13 Fevereiro 2019

Perdem-se faculdades ao volante com a idade?

Por cenie
¿Se pierden facultades al volante con la edad? - Sociedad, Investigación

Se forem estudadas as estatísticas, as pessoas com mais de 65 anos não são os condutores com mais acidentes de viação, segundo os dados da Direcção-Geral do Trânsito (DGT), mas a deterioração de algumas capacidades físicas (visão, audição ou psicomotricidade) e o consumo de medicamentos (20% consomem cerca de cinco medicamentos por dia) fazem delas um grupo vulnerável. Normalmente, sofrem lesões mais graves e têm mais probabilidades de morrer do que os jovens no mesmo tipo de acidente.

Então, as pessoas com mais de 65 anos são realmente tão perigosas quando se sentam ao volante ou é um preconceito injustificado dos outros conductores? Considerando a pirâmide populacional espanhola, com 18% de pessoas com mais de 65 anos e 3,5 milhões de conductores acima dessa idade, a Fundação Línea Directa revela num dos seus estudos que os conductores mais velhos não são um perigo nas estradas.

Além disso, a sua taxa de acidentes é 4 vezes inferior à das pessoas com menos de 25 anos e inferior a metade da dos condutores entre os 35 e os 44 anos. Isto acontece porque respeitam mais os limites de velocidade, não são agressivos na condução e aceitam muito melhor as suas próprias limitações (auditivas e visuais, sobretudo), razão pela qual percorrem menos quilómetros e evitam conduzir à noite.

Principal deterioração das condições físicas:

-Audição: As pessoas com mais de 64 anos têm mais dificuldade em reconhecer ou distinguir sons e saber de onde vêm.

-A percepção sonora reduz-se com a idade, com o consequente risco e perda de informação relevante sobre o que se passa à volta.

-Medicamentos: Há um elevado número de medicamentos que afectam negativamente as competências de condução; 20 por cento das pessoas com mais de 65 anos consomem cerca de 5 medicamentos por dia.

À medida que envelhecemos, o campo visual estreita-se. E há mais problemas na detecção de objetos e movimentos nos lados do campo visual, problemas que se tornam mais agudos à noite, quando de passagem são mais vulneráveis ao brilho.

Evitar acidentes como conductor:

1. Os condutores mais velhos têm frequentemente mais problemas nos cruzamentos e nas entradas e saídas de estradas de alta velocidade. Quando os jovens percebem esta situação devem dar-lhes tempo suficiente e não pressioná-los para que tomem a decisão certa e segura.

2. À medida que envelhecemos, o campo de visão estreita-se e os objetos e movimentos tornam-se mais difíceis de perceber. É aconselhável estacionar em marcha atrás para ter maior visibilidade ao sair.

3. Recomenda-se a utilização de vestuário que facilite os movimentos e não impeça o correcto funcionamento do cinto de segurança.

4. É necessário ler atentamente os folhetos dos medicamentos que são consumidos, além de manter a dose prescrita pelo especialista. É aconselhável consultar um médico sobre os possíveis efeitos da medicação na condução.

Outras recomendações aconselháveis aplicáveis a outros condutores são: evitar conduzir de madrugada, usar óculos escuros, não abrir as janelas durante a condução, manter as condutas de ventilação limpas, não se automedicar e não consumir álcool.

Evite acidentes como peão:

Atravessar lugares inadequados ou sem olhar são algumas das causas mais frequentes de colisões. Peões mais velhos são mais propensos a morrer após um atropelamento do que peões mais jovens por causa da sua deterioração física. Eles tendem a ter mais acidentes quando vão sozinhos do que quando vão com crianças ao seu cuidado, pois tentam dar um bom exemplo e garantir que nada de mal lhes aconteça. Recomenda-se que os conductores sejam mais zelosos com os pedestres mais velhos, devido aos problemas que podem encontrar nas vias públicas, entre outros:

1. Ruídos excessivos no ambiente, não escutam bem e podem não perceber se o veículo está a aproximar-se ou não.

2. Apreciação incorrecta da velocidade do veículo.

3. Erros na distinção das cores dos semáforos.

4. Falta de passadeiras e, às vezes, calçadas muito altas com obstáculos, como carros estacionados incorretamente e até mesmo móveis urbanos.

5. Ruas mal iluminadas ou demasiado largas para atravessar. Uma pessoa mais velha pode precisar de até 4 segundos a mais do que uma pessoa mais nova para atravessar uma rua com 16 metros de largura.

6. Problemas de orientação quando não conhecem bem as ruas.

Fonte: ABC

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