O concurso de fotografia "A idade não implica envelhecer, apenas crescer", realizado ao longo de 2019, e que foi um sucesso em termos de participação, tendo contado um total de 7.617 fotos aprensentadas de 103 países, encerra o seu ciclo com a apresentação dos vencedores dos diferentes prémios e categorias.
Com um total de oito prémios entre 1.250 e 5.000 euros, os vencedores, de origens tão diversas como a participação obtida no concurso, exibiram os seus trabalhos, conseguindo destacar-se dos restantes e sendo avaliados por um júri profissional que respeitou e seguiu sempre as diretrizes indicadas no regulamento.
As fotografias escolhidas não só satisfazem os critérios exigidos como também se destacam pela sua qualidade e visão do que significa este concurso. Os vencedores são:
Grande Prémio - A janela (António Tedim)
Esta fotografia foi escolhida como vencedora do Grande Prémio CENIE pela sua geometria, limpeza e dinamismo. As linhas triangulares que formam a arquitectura fazem com que o espetador se concentre no espaço e no silêncio. O ser humano ao fundo, que se afasta, dá-nos uma sensação de suavidade devido às diferentes luzes que se apagam ao mesmo tempo que deixa a imagem aberta à livre interpretação. É uma fotografia que qualquer pessoa gostaria de tirar com a sua máquina fotográfica, por causa da sua delicadeza.
Eleição do Público - Desafio (Celia Monge Esteban)
A fotografia leva-nos numa viagem pelo nosso futuro, em companhia, com calma e tranquilidade, sem grande coloração e com a tranquilidade que vem com os anos. Uma fotografia magnífica para uma magnífica escolha do público.
Gente - L’ílla (Rodrigo Roher)
O ambiente em tons suaves, azul e branco, provoca uma sensação de bem-estar, tranquilidade e serenidade. Um casal olha para o amplo horizonte no qual uma ilha ainda pode ser alcançada, enquanto acima delas as grinaldas de luzes falam de que a vida ainda é uma doce celebração.
Olhares - Look (Amirmahdi Najafloo Shahpar)
Por detrás dos reflexos a preto e branco, um olhar sobre o número infinito de memórias e nostalgias se fundem.
Olhares Ibéricos - Días de niebla (Miguel Cabezas)
Com a força do nevoeiro, delimitada pela intensidade e dimensão dos cinzentos, podemos apreciar a cena deste personagem alimentando as aves, enquanto o resto das pessoas se perdem no infinito.
Olhares na Raia - Recuerdos I (David Martín Pinto)
Não é fácil fotografar sentimentos. Nesta imagem e por detrás de uma pequena fotografia, estão escritas muitas recordações, muita delicadeza e muito amor. A simplicidade do preto e branco ao serviço da nostalgia.
Olhares Alterados - Siesta (Ana Delia Carcavilla)
Achámos esta fotografia inspiradora... Como se se pudesse tomar sol na lua e só o corpo da mulher fosse afetado pelo sol que a vai colorindo. Podemos ver os seus pés ainda cinzentos, pertencentes a esse espaço lunar frio. Não sabemos se ela estava naquela cor quente e a praia lunar gelada está a apoderar-se dela, transformando-a em cinzento, ou se tudo era preto e branco e o sol a tem pintado com o seu calor e ainda não chegou aos seus pés, que em breve estarão também cheios de calor.
Móvel - Foggy Lake (Nguyen - Tphcm)
A fotografia liga-se rapidamente ao espetador, com essa divisão do céu e da terra, fundindo o preto e branco do céu com o azul da água e permitindo ao autor focar o olhar do espetador na parte de trás da imagem, através desses dois planos que formam as duas figuras escuras da árvore e do barco, em busca do feixe de luz do mar.
O júri encarregado de avaliar cada uma das fotografias apresentadas a concurso foi o Ouka Leele, juntamente com Carmen Dalmau, Miguel Oriola, Carlos de Andrés, María Santoyo e José Luis Amores. A seguir apresentamos cada um deles e a sua carreira profissional.
Ouka Leele. Prémio Nacional de Fotografia. Fotógrafa e Artista com uma extensa carreira nacional e internacional. Com trabalho em quantidades instituições e colecções públicas e privadas.
Carmen Dalmau: Licenciada em História da Arte e História Moderna e Contemporânea. Diretora da Galeria Cero. Professora de História da Arte e Estética. Comissária independente e crítica de arte. Autora do blog de fotografia "Ante vuestros ojos".
Miguel Oriola: Desde a sua primeira exposição em 1971, realizou inúmeras exposições em galerias nacionais e internacionais. O seu trabalho está presente em coleções públicas e privadas. Em 1980 fundou e dirigiu a revista POPtografia. Tem colaborado em publicações como Vogue, Elle, Cosmopolitan, Tendencias, El País, Vanidad, German Play boy, etc.
Carlos de Andrés. Fotógrafo e jornalista. Trabalha para as mais importantes publicações nacionais e internacionais e Getty Images. O seu trabalho já foi apresentado em mais de 60 exposições em todo o mundo. Vencedor de bolsas de estudo de La Caixa, Unicaja, Bankia e Mapfre. Com trabalho em importantes instituições e Museus de todo o mundo.
María Santoyo: Directora do Master Internacional de Fotografia Contemporânea. Licenciada em História da Arte pela UCM. Investigadora, gestora cultural e professora especializada em História da Fotografia e Análise de Imagem. Comissária da exposição. Directora de projetos internacionais (Fundação Aperture, Magnum Photos, Kathy Ryan, Mónica Allende e Trisha Ziff), ensina no Instituto Superior de Arte, na Universidad Politécnica de Madrid, na Universidad Europea, na Universidad Complutense de Madrid, na EFTI e na NYU de Madrid.
José Luis Amores: Diretor da EFTI. Centro Internacional de Fotografia e Cinema. Editor e comissário de exposições. Participou como júri numa centena de concursos e bolsas de estudo.
Esta atividade desenvolvida pela Fundação Geral da Universidade de Salamanca, no âmbito do Centro Internacional sobre o Envelhecimento (CENIE), faz parte do Programa INTERREG V-A, Espanha-Portugal, POCTEP, 2014-2020, do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.